Polícia Civil aponta execução por vingança em assassinato do vereador Peron Filho, em Jacaraú

 Polícia Civil aponta execução por vingança em assassinato do vereador Peron Filho, em Jacaraú
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Operação Parlamento prendeu cinco suspeitos, incluindo dois secretários municipais e um empresário; crime teria sido motivado por denúncias de corrupção

A Polícia Civil da Paraíba revelou, nesta quinta-feira (30), novos detalhes sobre o assassinato do vereador Peron Filho, de Jacaraú, ocorrido em setembro deste ano. Segundo o delegado Sílvio Rabelo, titular da 4ª Regional, o crime foi uma execução premeditada, motivada por vingança e caracterizada como “queima de arquivo”.

As investigações resultaram na Operação Parlamento, conduzida em parceria com a Polícia Civil do Rio Grande do Norte, que prendeu cinco suspeitos: dois secretários da Prefeitura de Jacaraú, um empresário local e dois pistoleiros potiguares. Ao todo, 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos dois estados.

Segundo o delegado, o vereador vinha denunciando irregularidades na Secretaria de Transportes do município, incluindo desvios de recursos públicos e o uso de veículos em condições precárias. Uma dessas denúncias, em vídeo, mostrava uma ambulância sucateada, o que teria provocado desentendimentos com o então secretário da pasta — apontado como um dos mandantes do crime e com suposta ligação com grupos de pistolagem do Rio Grande do Norte.

“As provas indicam que houve um encontro para planejar a execução”, afirmou Rabelo em entrevista.

Segundo o inquérito, cerca de 30 minutos antes do homicídio, dois veículos deixaram uma pousada onde os suspeitos estavam hospedados. Um seguiu até o ginásio onde Peron Filho jogava futsal; o outro foi para o local onde ocorreu a emboscada. As mensagens trocadas entre o secretário e os pistoleiros confirmam a coordenação do ataque, segundo a Polícia Civil.

A arma utilizada no crime já havia sido empregada em outros 12 assassinatos no Rio Grande do Norte, reforçando a suspeita de um grupo de pistolagem interestadual. Após o homicídio, os envolvidos teriam tentado eliminar provas, destruindo o DVR das câmeras de segurança da pousada e apagando dados de celulares.

“É um caso claro de queima de arquivo. O vereador vinha fiscalizando e denunciando irregularidades com base em provas, e isso incomodou muita gente”, destacou o delegado.

Sílvio Rabelo ressaltou que a elucidação do crime em 45 dias demonstra o empenho das forças policiais dos dois estados.

“Foi uma investigação complexa, envolvendo autoridades municipais, empresários e pistoleiros. Mas conseguimos reunir elementos sólidos que comprovam um plano de vingança política e silenciamento de denúncias”, concluiu.

Por Paraíba Master

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