Vídeo com entrega de dinheiro leva MP a investigar prefeito de Caaporã por possível irregularidade antes das eleições

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu uma investigação para apurar a conduta do prefeito de Caaporã, Chico Nazário (União Brasil), após a divulgação de um vídeo em que ele aparece recebendo uma bolsa contendo dinheiro, às vésperas das eleições municipais de 2024. A cena, que veio a público por meio do Jornal da Paraíba motivou a Promotoria Eleitoral a instaurar um procedimento formal no último dia 17 de setembro.
No vídeo, o prefeito aparece colocando o que seriam cerca de R$ 400 mil em uma bolsa, expressando preocupação com a possibilidade de estar sendo filmado. A entrega teria ocorrido em sua própria residência, ainda durante o período eleitoral. A investigação busca esclarecer se o valor teria sido oferecido como vantagem indevida por parte do consultor financeiro Sandro Trajano, que sugeriu a contratação de uma empresa para coleta de lixo no município.
Segundo informações do Portal G1, após assumir o cargo, o prefeito rescindiu um contrato de resíduos urbanos vigente e firmou nova contratação, sem licitação, no valor de R$ 3,2 milhões — justamente com a empresa indicada por Trajano, que passou a integrar a gestão como secretário de Articulação Política. O secretário, no entanto, foi exonerado logo após a divulgação das imagens.
A promotora Erika Bueno Muzzi, responsável pelo caso, afirmou que a cena registrada em vídeo é “sugestiva de prática de ilícitos eleitorais” e determinou o envio de notificações ao prefeito, ao ex-secretário, à empresa contratada e à Prefeitura de Caaporã, requisitando toda a documentação referente ao contrato. O Cartório Eleitoral também foi acionado para encaminhar a prestação de contas da campanha de 2024.
Em nota divulgada antes mesmo da abertura formal da investigação, o prefeito Chico Nazário negou qualquer irregularidade e anunciou a exoneração do então secretário. Já Sandro Trajano afirmou que só irá se manifestar oficialmente perante o Ministério Público e a Justiça. O empresário Hilton Amorim Cunha, responsável pela empresa contratada, também negou envolvimento com o caso e disse não ter relação com Trajano.
Por Paraíba Master