Venezuelanos celebram o Natal mais cedo, enquanto tensões com os Estados Unidos aumentam no Caribe

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na última segunda-feira (8) que as comemorações do Natal em seu país serão antecipadas para 1º de outubro, uma medida que já foi adotada no ano passado. O anúncio foi feito durante o programa semanal do presidente na emissora estatal VTV, e a data foi escolhida para trazer “alegria” ao povo venezuelano, afirmou Maduro.
“Com alegria, comércio, atividade, cultura, canções natalinas, gaitas… É a maneira de defender a felicidade, o direito à felicidade, o direito à alegria”, disse o presidente, em um discurso repleto de simbolismo. Segundo ele, a decisão foi tomada para que os venezuelanos, que estão “constantemente em busca de felicidade”, pudessem celebrar antecipadamente e “reafirmar o direito à vida e à alegria”. Esta medida ocorre em meio a um cenário de crescente tensão entre a Venezuela e os Estados Unidos, além da persistente crise econômica e política no país.
De acordo com o portal G1, o governo norte-americano recentemente intensificou sua presença militar no Caribe, com o envio de uma frota de navios, incluindo um esquadrão anfíbio e 4.500 militares, sob a justificativa de uma operação contra o narcoterrorismo. No entanto, essa movimentação tem gerado especulações sobre possíveis intenções mais amplas de intervenção militar, com analistas avaliando a situação como um indicativo de uma preparação mais concreta para ações diretas contra o governo de Maduro.
Maduro, por sua vez, reagiu à presença militar dos EUA no Caribe, classificando-a como uma ameaça. “Estamos prontos para nos defender”, afirmou o presidente, enquanto a Venezuela mobiliza suas forças armadas e milicianos para se proteger de um possível ataque. Especialistas em relações internacionais apontam que a situação está se intensificando, com uma intervenção militar, seja por bombardeios ou uma invasão terrestre, sendo uma possibilidade que não pode ser descartada.
A antecipação do Natal é, segundo muitos analistas, uma forma de o governo distrair a população de problemas internos, como a repressão a opositores e o aumento das tensões políticas. Em 2020, por exemplo, o governo de Maduro também havia antecipado as comemorações natalinas, no contexto da pandemia de Covid-19. A decisão de 2024 é vista, por especialistas, como uma tentativa de reforçar o apoio popular em meio à crescente pressão interna e externa.
A operação dos EUA no Caribe, com seus navios e aviões espiões sobrevoando a região, foi criticada por observadores internacionais, que afirmam que a força militar empregada parece desproporcional para uma simples operação contra o tráfico de drogas. Para os analistas, isso reforça a possibilidade de um objetivo mais amplo de desestabilização da região, com a Venezuela no centro dessa estratégia.
Enquanto isso, Maduro segue tentando construir um discurso de resistência, afirmando que a Venezuela permanecerá firme em sua busca pela “felicidade e pelo direito à vida”. Em sua visão, o Natal antecipado é mais do que uma simples festividade, sendo uma “vitória contra os inimigos” e uma afirmação de que, apesar dos desafios e das pressões externas, o país não perderá sua capacidade de celebrar a vida.
Por Paraíba Master