Trânsito no Cabo branco: Grande fluxo é um teste de paciência

 Trânsito no Cabo branco: Grande fluxo é um teste de paciência
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Falta de estacionamentos, ausência de semáforos nos cruzamentos, faixas de pedestre apagadas e um número incontável de veículos a qualquer hora do dia. Esse é o cenário do trânsito na região com maior apelo turístico de João Pessoa, o bairro de Cabo Branco. A situação tira a paciência dos condutores e modifica a experiência comumente agradável dos turistas.

Nascido em Brejo do Cruz, o motorista profissional Carlos Maia, de 58 anos, mora na capital paraibana há 42 anos e viu o crescimento dos problemas no trânsito ao longo do tempo. A falta de estacionamento no bairro é uma delas. “Agora mesmo estou com dificuldade. A pessoa desceu para a padaria e eu tenho que ficar no carro, porque não temos uma brecha para estacionar. Isso dificulta o nosso dia a dia”, disse, parado nas proximidades do cruzamento da Avenida Nossa Senhora dos Navegantes com a Rua José Augusto Trindade.

Quem vem de fora desfrutar as férias na cidade também percebe o grande fluxo de automóveis nas ruas. É o caso do empresário William Fortes, que veio de Nova Lima, em Minas Gerais, com a família. Para ir à padaria, William desceu do carro com os dois filhos pequenos. A esposa, que dirigia o carro, foi procurar estacionamento em outro lugar. “O trânsito é muito intenso. É muito carro, nunca vi tanto. Ontem saímos umas 20h e estava impossível andar de carro, mas parece que é assim o tempo todo”, disse o morador da Região Metropolitana de Belo Horizonte. De todo modo, ele afirma ter gostado de João Pessoa.

Pedestres

A gerente de projetos Camila Menezes, de 42 anos, elogiou o bairro queridinho dos turistas por encontrar muitos serviços por perto e nem precisar usar carro. “Faço tudo a pé, vou à farmácia, ao hortifruti, à padaria. Então, não sou tão impactada pelo trânsito. Mas, também tem o horário do rush, aquele trânsito, a buzinada, semelhante a São Paulo”, falou a paulista que veio acompanhada pelo pai, mãe e filha.

Apesar das facilidades que o bairro do Cabo Branco oferece, a falta de semáforos nos cruzamentos a deixou insegura. “A única coisa diferente de São Paulo é que tem pouco farol. Assim fica perigoso, principalmente para mim, que tenho uma filha de seis anos. Com o farol, o motorista para obrigatoriamente. Se não for assim, a gente fica na dependência da boa educação do pessoal de ver você esperando na faixa e parar o carro”, opinou Camila.

Congestionamento

Mesmo vias com muitas faixas apresentam problemas com o grande número de veículos. Na Avenida Ministro José Américo de Almeida, o gargalo fica na altura da Rua Giuseppe Duarte de Queiroz. A única faixa que dá acesso ao retorno para Cabo Branco e Altiplano está frequentemente congestionada.

Nossa equipe de reportagem registrou a lentidão no trecho a partir das 16h45. No sentido bairro-centro, há espaço para que apenas os motoristas da faixa à esquerda convertam para o retorno. Mesmo assim, motoristas da faixa central fazem fila dupla para tentar retornar e contam com benevolência daqueles que estão na faixa correta. Tudo isso, para não enfrentar uma fila que se estende até onde o olhar não pode alcançar. Dessa forma, duas faixas ficam congestionadas, a central e a da esquerda.

Quem pedala pela ciclovia também se arrisca para atravessar o trecho do retorno, como o cozinheiro Edvaldo da Silva Macedo, de 41 anos. Ele trabalha em Cabo Branco e utiliza a ciclovia todos os dias. “É uma entradinha perigosa. É difícil demais os caras de carro e moto darem a vez para a gente passar”, declarou. Por ser traçada no meio da avenida, a ciclovia submete os usuários à boa vontade dos motoristas, mesmo nos locais em que há semáforos.

Na região, os pedestres também estão insatisfeitos. A trabalhadora autônoma Juliana de Souza, de 29 anos, sempre vai visitar a tia e leva os sobrinhos para passear na Praça Clócio Beltrão de Albuquerque. Entretanto, a travessia da avenida José Américo de Almeida está mais complicada, porque a faixa de pedestres, na altura da Oca Design, está praticamente apagada no sentido bairro-centro. “Tem uma faixa que apagou de um lado e só vai ter uma travessia no sinal novo, lá na frente. Todo esse pessoal que mora aqui não consegue fazer mais essa travessia”, criticou.

A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) para saber se há medidas para solucionar os problemas, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Paraíba Master com informações do Jornal União

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