Setor agro reage a tarifa de Trump e FPA cobra “diplomacia firme” do governo brasileiro
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA a partir de 1º de agosto gerou forte reação entre representantes do agronegócio nacional. Considerado um dos pilares da economia brasileira e altamente sensível às oscilações do comércio exterior, o setor teme prejuízos bilionários e impactos diretos na inflação.
Segundo informações divulgadas pelo PB Agora, entidades do setor e parlamentares ligados ao agro demonstraram preocupação com os efeitos da medida, tanto para o mercado brasileiro quanto para o próprio consumidor norte-americano, que deverá arcar com o aumento de preços.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), uma das mais influentes do Congresso Nacional, divulgou nota pedindo uma resposta “firme e estratégica” do governo federal diante do que classificou como um desequilíbrio nas relações comerciais bilaterais. “É momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações”, alertou a bancada.
O comunicado da FPA destaca que a nova alíquota anunciada pelos EUA deve afetar diretamente a competitividade das exportações brasileiras, pressionar o câmbio e encarecer os custos de insumos importados, especialmente no setor de proteína animal. A preocupação é ainda maior diante do contexto atual dos EUA, que enfrentam um déficit histórico na produção de carne bovina, agravado por eventos climáticos e redução dos rebanhos.
“Essa medida representa um alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países”, diz a nota da bancada ruralista.
Representantes do governo também expressaram preocupação com os possíveis efeitos da medida sobre os produtores brasileiros, especialmente no agronegócio, que lidera as exportações do país. Além de carne bovina, produtos como suco de laranja, café e açúcar também devem ser impactados pela tarifa.
A decisão de Trump, divulgada por meio de carta oficial enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, faz parte de uma série de retaliações comerciais anunciadas pelo governo norte-americano ao longo da semana contra países integrantes do bloco Brics.
Por Paraíba Master
