PT lança campanha para resgatar cores da bandeira e disputar simbolismo patriótico com a direita

Em meio às tensões políticas provocadas pelo aumento de tarifas nos Estados Unidos, anunciado pelo presidente Donald Trump, o Partido dos Trabalhadores (PT) iniciou uma nova campanha nas redes sociais com o objetivo de recuperar o uso das cores verde e amarela, historicamente associadas ao bolsonarismo. A iniciativa tenta reposicionar a legenda no campo do nacionalismo popular, tradicionalmente ocupado por partidos de direita.
Batizada de “Defenda o Brasil”, a campanha aposta no patriotismo como narrativa política e utiliza as cores da bandeira nacional em suas peças publicitárias. Um dos conteúdos divulgados traz a frase: “Patriotismo não é fantasia de carnaval. Agora as máscaras caíram”, em alusão crítica ao que o partido considera uma apropriação indevida dos símbolos nacionais.
De acordo com o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), secretário nacional de Comunicação do partido, o objetivo é resgatar elementos que fazem parte da história da esquerda. “O nacionalismo também está na literatura política da esquerda. É hora de retomar essa identidade”, afirmou Tatto à CNN Brasil.
Apesar do uso de cores e mensagens patrióticas, o PT ainda evita incentivar o uso da camisa da Seleção Brasileira em manifestações públicas, símbolo amplamente associado às mobilizações pró-Bolsonaro.
Reações e críticas
A campanha provocou reações irônicas entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo apurou a CNN Brasil, o marqueteiro do PL, Duda Lima, classificou a ação como um “tiro no pé” e afirmou que o verde e amarelo estão fortemente ligados à direita no imaginário popular.
“Até o PT está virando bolsonarista. Daqui a pouco vão usar o ‘Tá OK?’ e trocar o número do partido para 2022”, ironizou Duda em conversa com aliados.
Para integrantes do PL, a tentativa do PT de se apropriar de símbolos que marcaram os anos do bolsonarismo será vista como incoerente por grande parte do eleitorado, dada a postura crítica que o partido manteve em relação ao uso das cores nacionais ao longo dos últimos anos.
A campanha “Defenda o Brasil” marca mais um capítulo na disputa simbólica e narrativa entre os dois principais polos da política nacional, em um momento em que as articulações para as eleições municipais de 2024 e as presidenciais de 2026 já começam a ganhar força nos bastidores.
Por Paraíba Master