Professores da Rede Municipal celebram conquistas do ensino no Dia Nacional da Libras

 Professores da Rede Municipal celebram conquistas do ensino no Dia Nacional da Libras
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A inclusão é um processo presente nas escolas da Rede Municipal de Ensino de João Pessoa. Nesta quinta-feira (24), em que é celebrado o ‘Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais’ (Libras), essa integração é bem perceptível na Escola Municipal Ativa Integral (EMAI) Economista Celso Monteiro Furtado, no João Paulo II, e na EMAI Leonel Brizola, em Tambaú, que possuem 38 alunos surdos de um total de 54 matriculados na rede.

Nas escolas de referência para Educação de Surdos, EMAI Celso Monteiro Furtado e EMAI Leonel Brizola, é ofertado para os estudantes surdos um Modelo de Educação pautada na nova legislação, a Lei 14.191, de 2021, que insere a Educação Bilíngue de Surdos na Lei Brasileira de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei 9.394, de 1996) como uma modalidade de ensino.

“Hoje é dia de homenagear quem nos ensina diariamente a redimensionar o conceito de comunicação e a ampliar nossa escuta amorosa e inclusiva. Vamos trabalhar juntos para superar os desafios e aprender mais sobre as necessidades da comunidade surda”, disse a secretária de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec), América Castro.

Para celebrar o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais, a aluna Pietra Vitória Fabrício de Sousa, do 4° ano, da EMAI Celso Monteiro Furtado, fez uma fala em Libras sobre a evolução da Língua de Sinais tendo os alunos ouvintes como telespectadores que também puderam fazer perguntas.

“A professora de Libras ensina os conteúdos com Matemática e Português, e é muito bom. Eu aprendi Libras aqui nesta escola desde o 1º ano do Ensino Fundamental. Os alunos ouvintes se dedicam bastante para poderem interagir com a gente, mas precisam aprender mais Libras para poder ter mais contato. Eu tenho algumas amigas aqui que já sabem um pouco e conseguem desenvolver a conversa”, disse com alegria a aluna.

Todo o processo é acompanhado de perto pela professora de Libras, Sandra Diniz, que destacou os avanços no campo educacional. “Antes do projeto, de conseguirmos concentrá-los em unidades de referência, tínhamos um ou dois alunos em uma escola, outro em outra. Com a atual gestão, que abriu esse espaço para o projeto, em 2023, estimulou os alunos ouvintes a quererem estar mais perto dos amigos surdos, estudando, contribuindo na aprendizagem do colega e adquirindo uma segunda língua. Então, para os ouvintes foi um ganho, claro, adquirir uma segunda língua, e para o surdo também porque aí não há barreira comunicativa e nem dificuldade na aprendizagem, porque todos se ajudam, um contribui com o outro”, disse com orgulho a professora Sandra.

Nessas escolas a interculturalidade é benéfica para todos, a inclusão ocorre na sala de aula regular e a oferta do ensino da Língua Portuguesa acontece com aulas separadas dos estudantes ouvintes, com metodologia de ensino que contempla as necessidades linguísticas dos estudantes surdos.

Para os estudantes ouvintes é ofertado o ensino da Libras, como segunda língua. Se percebe que ambos os estudantes são beneficiados já que os surdos aprendem a Língua Portuguesa com motivação e os ouvintes aprendem Libras para a comunicação.

A professora polivalente do 5° ano da Escola Celso Monteiro, Mayara do Egito Costa Marques, trabalha como professora da rede pelo primeiro ano e já encontrou uma turma com nove alunos surdos.

Ela disse que está sendo uma verdadeira troca de experiências.

“Tem sido um desafio todos os dias. Eu aprendo algo novo com os meus alunos e tento também ensinar para eles de uma forma lúdica, de forma que eles venham aprender. E o que é interessante é que eles acabam nos ensinando também. Então a cada roda de conversa, a cada experiência, a cada atividade compartilhada, a cada fala, porque eles interagem durante todo o momento de aula… eu aprendo. Tem sido uma experiência enriquecedora e aos poucos estou aprendendo Libras”, relatou Mayara do Egito.

A Rede Municipal de Ensino também tem 15 estudantes matriculados nas escolas de ensino regular e Educação de Jovens e Adultos: Escola Municipal Francisco Pereira da Nóbrega, Professor Luiz Mendes de Pontes, Damásio Barbosa da Franca, Monsenhor João Coutinho, Cônego Mathias Freire, Nazinha Barbosa, Professora Anayde Beiriz, Antônio Santos Coelho Neto, Frei Albino e Cantalice Leite Magalhães.

“A Lei 10.436 foi oficializada no dia 24 de Abril de 2002. São 23 anos de lutas e conquistas. A rede de ensino de João Pessoa tem se renovado e a Educação de Surdos a cada ano tem sido repensada. A inclusão e o ensino da Libras tem garantido que os estudantes surdos se expressem nos espaços escolares e intensifique a aprendizagem da Língua Portuguesa”, explicou Rosângela Melo, especialista em Libras da Divisão de Educação Integral da Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa.

Paraíba Master com informações da Prefeitura de João Pessoa

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