Pesquisa associa uso de paracetamol durante a gravidez a aumento no risco de autismo e TDAH em crianças: Saiba mais

 Pesquisa associa uso de paracetamol durante a gravidez a aumento no risco de autismo e TDAH em crianças: Saiba mais
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Após revisar 46 publicações sobre Transtorno do espectro autista e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), pesquisadores americanos do Hospital Mount Sinai, da Universidade da Califórnia, da Universidade de Massachusetts Lowell e da Universidade de Harvard, concluíram que o uso do analgésico paracetamol por mulheres durante a gestação está ligado a um maior risco de transtornos de neurodesenvolvimento nos filhos, como autismo e TDAH.

Há anos, pesquisadores investigam a ligação entre o medicamento e transtornos de neurodesenvolvimento. Para esclarecer essa questão, um novo estudo publicado na BMC Environmental Health revisou 46 pesquisas anteriores, abrangendo dados de mais de 100 mil participantes em diversos países.

Segundo o portal O Globo os autores observaram que as pesquisas de maior qualidade tiveram “mais probabilidade de evidenciar a ligação entre a exposição pré-natal ao paracetamol e o aumento dos riscos de autismo e TDAH”, diz Diddier Prada, professor de Medicina Ambiental e Ciências do Clima na Escola de Medicina Icahn do Mount Sinai, em nota.

Uma pesquisa publicada em fevereiro deste ano no periódico Nature Mental Health, acompanhou biomarcadores de paracetamol no sangue de 307 gestantes. Os filhos delas foram acompanhados por 8 a 10 anos após o nascimento. Ao fim, o risco de desenvolver TDAH na infância foi 3,15 vezes maior entre aqueles cujas mães utilizaram o medicamento na gravidez.

Outro trabalho, de 2019, publicado por pesquisadores da Universidade John Hopkins, nos EUA, analisou amostras de sangue do cordão umbilical de 996 recém-nascidos e concluiu que aqueles com maior exposição paracetamol também tinham cerca de 3,62 vezes mais chances de serem diagnosticados com autismo na infância.

O novo estudo sugere que o paracetamol pode aumentar o risco ao atravessar a placenta e causar estresse oxidativo, alterações hormonais e mudanças epigenéticas que afetam o desenvolvimento cerebral fetal, embora os mecanismos exatos ainda precisem ser confirmados.

Prada explica que, “considerando o uso generalizado deste medicamento, mesmo um pequeno aumento no risco pode ter grandes implicações para a saúde pública”. Por isso, da revisão os autores defendem “medidas adequadas e imediatas para aconselhar mulheres grávidas a limitar o consumo de paracetamol a fim de proteger o neurodesenvolvimento de seus filhos”.

Recomenda-se cautela no uso do medicamento durante a gravidez e supervisão médica. Além disso, os pesquisadores pedem por diretrizes clínicas atualizadas e mais pesquisas para identificar opções mais seguras para tratar dor e febre em mulheres grávidas.

“As mulheres grávidas não devem interromper o uso de medicamentos sem consultar seus médicos. Dor ou febre não tratadas também podem prejudicar o bebê. Nosso estudo destaca a importância de discutir a abordagem mais segura com os profissionais de saúde e considerar opções não medicamentosas sempre que possível”, diz Prada.

Por Paraíba Master

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