Justiça Confirma Condenação da Drogasil por Racismo com Funcionária no 1º Dia de Trabalho

 Justiça Confirma Condenação da Drogasil por Racismo com Funcionária no 1º Dia de Trabalho
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Caso que chocou o país reacende debate sobre racismo estrutural no ambiente corporativo

A Justiça do Trabalho manteve a condenação da rede de farmácias Raia Drogasil por danos morais praticados contra a ex-funcionária Noemi Oliveira Silva, vítima de ofensas racistas em seu primeiro dia de trabalho, em 2018, em uma unidade da empresa localizada em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

O caso ganhou repercussão nacional após Noemi publicar nas redes sociais um vídeo gravado por uma colega, que, em tom de deboche, a ridicularizava com expressões racistas. Nas imagens, a mulher diz: “Tá escurecendo a nossa loja? Acabou a cota, tá? Negrinho não entra mais.” A gravação provocou forte indignação pública e gerou protestos por todo o país.

Segundo informações do Portal CNN Brasil, a Justiça entendeu que o conteúdo registrado no vídeo e a confissão da agressora são provas suficientes da conduta discriminatória. A juíza responsável pelo caso rejeitou a tentativa de classificar o episódio como “brincadeira”, e afirmou que esse tipo de comportamento deve ser analisado à luz do racismo estrutural e recreativo, que fere a dignidade da pessoa humana.

Além da indenização por danos morais — fixada em aproximadamente R$ 52 mil — a decisão também reconheceu irregularidades trabalhistas, como o excesso de horas de trabalho não registradas. A empresa foi responsabilizada por não garantir um ambiente profissional seguro e respeitoso.

Em nota, a Raia Drogasil lamentou o ocorrido e reforçou que “diversidade e respeito são valores primordiais” da companhia. Já a defesa da vítima, representada pelo escritório Calvo & Alba Advocacia, destacou que o caso não é apenas uma reparação individual, mas um marco importante na luta por respeito e igualdade para trabalhadoras negras.

O episódio reforça a urgência de políticas de combate ao racismo dentro das empresas e levanta uma reflexão sobre como práticas discriminatórias ainda persistem em ambientes que deveriam prezar pelo acolhimento e profissionalismo.

Por Paraíba Master

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