Hugo Motta discursa em meio a impasse e tenta retomar controle da Câmara após ocupação
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), retomou na noite de quarta-feira (6) os trabalhos no plenário após mais de um dia de paralisação provocada por parlamentares da oposição. A ocupação, liderada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi uma reação à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro.
Ao assumir a presidência da sessão — com atraso de quase duas horas —, Motta pediu que os deputados deixassem a Mesa Diretora, que vinha sendo ocupada pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo), mas o grupo resistiu. Em seu pronunciamento, o presidente da Câmara reconheceu o “clima conflituoso” na Casa, negou omissão diante da crise e defendeu o direito à manifestação, desde que respeitados os limites do regimento interno e da Constituição.
A sessão foi convocada após reuniões com líderes partidários ao longo do dia. Ao discursar, Motta destacou a importância do diálogo e sinalizou a intenção de restabelecer a normalidade no Legislativo.
“Quero começar dizendo que a nossa presença nessa noite de hoje é para garantir duas coisas: primeiro, respeito a essa mesa, que é inegociável. Segundo, para que essa Casa possa se fortalecer”, declarou.
A menos de dois anos da disputa presidencial de 2026, Hugo Motta reforçou o discurso em favor da conciliação institucional. O presidente da Câmara alertou que interesses eleitorais individuais não podem se sobrepor às prioridades nacionais e defendeu foco na superação dos entraves que afetam o país.
“A crise institucional, os debates que agora nos colocam em um possível conflito internacional, penso que nesta Casa mora a construção dessa soluções para o nosso país, que têm que estar sempre em primeiro lugar para não deixarmos que projetos individuais, pessoais e até eleitorais possam estar à frente”, finalizou
Por Paraíba Master
