Fases decisivas do julgamento de Bolsonaro geram polêmicas e protestos nos tribunais

O segundo dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcado por intensas críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes e discussões sobre a condução do processo, principalmente quanto ao direito de defesa dos réus. Os advogados de Bolsonaro chegaram a sugerir que o julgamento poderia ser político, fazendo uma analogia com o caso Dreyfus, o militar francês injustamente condenado no final do século XIX.
Além disso, a defesa do general Augusto Heleno, outro réu no processo, criticou a postura de Moraes, acusando-o de agir como um “juiz inquisidor” ao fazer mais perguntas que a própria Procuradoria-Geral da República (PGR). A tensão entre as partes continuou com tentativas de alguns réus, como Heleno e o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira, de se distanciar das acusações de envolvimento direto com o ex-presidente em uma tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro e as acusações de golpe: Defesa nega envolvimento e pede absolvição
Durante a sessão, os advogados de Bolsonaro negaram qualquer envolvimento do ex-presidente nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023 ou nos supostos planos para matar autoridades, como o “Punhal Verde e Amarelo” e a “Copa 2022”. A defesa argumentou que não há provas suficientes para sustentar as acusações, pedindo que, caso o ex-presidente fosse condenado, isso seria uma “injustiça histórica”, comparável ao erro judicial cometido contra Alfred Dreyfus.
Além disso, os advogados reforçaram que as reuniões de Bolsonaro com comandantes militares não passavam de “atos preparatórios” e que o ex-presidente desistiu de qualquer ação golpista antes que fosse concretizada.
Críticas à condução do processo e questionamentos sobre imparcialidade de Moraes
A defesa de Heleno também se mostrou insatisfeita com a condução do interrogatório. O advogado de Heleno, Matheus Milanez, afirmou que o ministro Moraes assumiu uma postura ativa no processo, fazendo perguntas além das que estavam nos autos, o que, segundo ele, configura uma violação do direito ao silêncio do réu. A defesa argumentou que Moraes ultrapassou os limites do que seria esperado de um juiz imparcial.
Por Paraíba Master