EUA Defendem Liberdade de Expressão no Brasil e Reforçam Prioridade no Caso Bolsonaro em Meio a Julgamento no STF

Em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), a porta-voz do governo dos Estados Unidos, Karoline Leavitt, fez declarações em apoio à liberdade de expressão no Brasil e em defesa da possível condenação do ex-presidente. Em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (9), Leavitt afirmou que a administração do presidente Donald Trump “não hesitará em usar seu poder econômico e militar para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, conforme reportado pelo Portal BBC.
Embora tenha deixado claro que, por ora, “não há ações adicionais” previstas contra o Brasil, Leavitt destacou que os Estados Unidos já tomaram “ações significativas”, incluindo sanções e tarifas, para garantir que países como o Brasil não punam seus cidadãos. A porta-voz também sublinhou que a liberdade de expressão é “a questão mais importante” do nosso tempo, algo que, segundo ela, está consagrado na Constituição dos EUA.
O contexto dessa declaração envolve a crescente tensão em torno do julgamento de Bolsonaro no STF, onde ele enfrenta uma possível condenação em uma ação penal importante. O caso é acompanhado de perto não apenas pela Justiça brasileira, mas também por figuras internacionais, como o ativista e jornalista Michael Shellenberger. Ele tem sido um crítico ativo das ações do STF, especialmente do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator da ação penal que pode resultar em uma condenação de Bolsonaro. Além disso, Shellenberger também acusou o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de promover censura a opositores do governo.
Recentemente, o governo de Donald Trump, alinhado ideologicamente com Bolsonaro, tem sido mais enfático nas críticas ao processo judicial no Brasil, especialmente após a imposição de tarifas de 50% contra produtos brasileiros. Essa retaliação ocorreu em julho, sob a justificativa de que Bolsonaro estaria sendo alvo de uma “caça às bruxas”. No entanto, com o passar do tempo, centenas de produtos brasileiros passaram a ser isentos dessas tarifas, embora itens como carne e café continuem taxados.
Esse apoio de Washington ao ex-presidente brasileiro é emblemático, especialmente com a recente sanção aplicada ao ministro Alexandre de Moraes. Em julho, Moraes foi alvo da Lei Magnitsky, uma legislação dos EUA voltada para punir estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos e corrupção. Mais recentemente, o subsecretário de Diplomacia Pública dos Estados Unidos também fez declarações contundentes contra o ministro, acusando-o de ser contrário às “liberdades fundamentais”.
A situação de Bolsonaro e as implicações políticas e econômicas dessas ações refletem a complexa relação entre os dois países, que continua a se desenrolar diante dos holofotes internacionais.
Por Paraíba Master