Drones cruzam fronteira e Polônia reage: “Nunca estivemos tão perto de um conflito desde a 2ª Guerra”

 Drones cruzam fronteira e Polônia reage: “Nunca estivemos tão perto de um conflito desde a 2ª Guerra”
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Em um dos episódios mais tensos envolvendo países europeus desde o início da guerra na Ucrânia, a Polônia acusou formalmente a Rússia de violar seu espaço aéreo com drones militares e, em resposta imediata, invocou nesta quarta-feira (10) o Artigo 4 do tratado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O artigo estabelece que, diante de uma ameaça, os países aliados devem iniciar consultas e planejar uma resposta conjunta.

De acordo com informações do Portal G1, caças da Otan e da própria Força Aérea polonesa foram acionados para interceptar os drones, que sobrevoaram regiões no leste da Polônia e chegaram a causar o fechamento de aeroportos, incluindo o de Varsóvia. Um dos equipamentos foi abatido e localizado danificado na vila de Czosnowka. A operação mobilizou tropas e colocou todo o sistema de defesa aérea em alerta máximo.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, declarou que o país “nunca esteve tão perto de um conflito armado desde o fim da 2ª Guerra Mundial”, classificando a ação como uma provocação grave e afirmando que o governo está preparado para responder a qualquer ataque. O Exército polonês recomendou que a população permaneça em casa e confirmou que “armas foram utilizadas” para neutralizar os drones russos.

A tensão se agravou porque, segundo o governo da Polônia, desta vez o ataque teria sido deliberado, o que diferencia o episódio de 2022 — quando mísseis caíram em território polonês e a Otan classificou o incidente como um erro de cálculo. Agora, o cenário é mais grave, com autoridades internacionais se pronunciando de forma dura contra Moscou. “Intencional ou não, é absolutamente irresponsável e perigoso”, declarou o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.

Diversos líderes europeus se manifestaram com preocupação e repúdio. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou o episódio como “sem precedentes”. Já o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que o ataque foi “simplesmente inaceitável”. A alta representante da União Europeia para Assuntos Externos, Kaja Kallas, alertou que a guerra da Rússia “está escalando, não terminando”.

Apesar da gravidade da situação, o Artigo 5 — que autoriza o uso da força militar em defesa de um país aliado — ainda não foi cogitado oficialmente. O governo russo, por sua vez, nega qualquer envolvimento com os drones e acusa a Polônia de “afirmações infundadas”. A comunidade internacional, no entanto, segue em estado de atenção máxima diante do risco real de expansão do conflito para além das fronteiras da Ucrânia.

Por Paraíba Master

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