Dólar desaba fechando no menor valor desde Outubro passado; veja os números

O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (16) em queda de 1,03%, cotado a R$ 5,486, o menor patamar desde outubro do ano passado. Enquanto isso, a Bolsa de Valores brasileira (B3) registrou forte alta de 1,65%, impulsionada por valorização de commodities e pelo otimismo externo, mesmo diante da instabilidade gerada pelos conflitos no Oriente Médio.
Segundo especialistas ouvidos pelo portal, o recuo da moeda norte-americana frente ao real foi percebido desde o início do pregão, refletindo tanto a movimentação internacional quanto as discussões sobre a Medida Provisória que prevê a compensação do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), atualmente em análise no Congresso Nacional.
Às 14h41, o principal índice da Bolsa, o Ibovespa, chegou a avançar 1,77%, mas fechou o dia com alta de 1,49%, aos 139.255,91 pontos. O desempenho foi sustentado principalmente pela valorização de commodities como petróleo e minério de ferro. Contudo, papéis da Petrobras limitaram uma alta ainda maior: as ações preferenciais (PETR4) recuaram 0,24%, a R$ 32,29.
“A recuperação do Ibovespa para a faixa dos 139 mil pontos acompanha o otimismo externo, mas o mercado brasileiro ainda opera sob forte volatilidade”, afirmou Pedro Ros, CEO da Referência Capital.
Tensão no Oriente Médio influencia mercado
O conflito entre Israel e Irã segue como fator de preocupação. De acordo com o UOL, Teerã pediu apoio de países do Golfo Pérsico — como Catar, Arábia Saudita e Omã — para pressionarem o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por um cessar-fogo. Em contrapartida, o Irã se comprometeria a flexibilizar as negociações nucleares.
O mercado também monitora de perto a possibilidade de um bloqueio no Estreito de Ormuz, um dos principais canais de escoamento de petróleo do mundo. “Acredito que eles [Irã] não vão fazer isso [bloquear o estreito], porque traria os Estados Unidos para o conflito”, disse o analista Alison Correia, da Dom Investimentos.
Após alta de cerca de 9% nos últimos dias, o barril do petróleo tipo Brent recuava 1,43% no fim da tarde, cotado a US$ 72,81.
MP do IOF na Câmara
No cenário doméstico, a expectativa se volta à tramitação do projeto que visa neutralizar os efeitos do recente aumento do IOF. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou para esta segunda-feira a votação da urgência de um projeto de decreto legislativo que derruba o decreto do governo federal que elevou o imposto.
Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Motta afirmou que “o clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”, mesmo após ter participado das negociações que originaram a medida.
A movimentação política em Brasília, somada ao ambiente internacional instável, forma o pano de fundo para os movimentos recentes nos mercados financeiro e cambial.
Por Paraíba Master