“Como mulher, não admito que alguém me dirija dizendo que eu tenho que ficar calada”, diz primeira-dama Janja, ao defender sua fala na China.

Na semana passada, ela teria criado um mal-estar durante um jantar em Pequim com Lula, Xi Jinping e ministros ao citar os abusos cometidos na rede chinesa, segundo a GloboNews. O presidente da China respondeu que o Brasil tinha o direito de regulamentar o TikTok e até banir a rede social se achasse necessário.
— Estou feliz que vocês me convidaram e que vou poder falar, e que não vou precisar ficar calada (…) Não há protocolo que me faça calar se eu tiver uma oportunidade de falar sobre isso com qualquer pessoa que seja, do maior grau ao menor grau, do mais alto nível à qualquer cidadão comum — afirmou a primeira-dama no Ministério dos Direitos Humanos.
Em entrevista a jornalistas após a repercussão da conversa, Lula afirmou que foi ele que tomou a iniciativa de abordar o tema e Janja “pediu a palavra” para mencionar os abusos cometidos na rede.
— Fui eu que fiz a pergunta. Eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para a gente discutir a questão digital, e sobretudo o TikTok. E aí a Janja pediu a palavra para explicar o que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e contra as crianças.
Lula aproveitou para dar uma bronca em quem vazou a informação, durante a entrevista que concedeu em Pequim antes de partir, após visita de três dias à capital chinesa. Para ele, “alguém teve a pachorra” de revelar o que aconteceu num encontro confidencial, em que participaram apenas ministros e parlamentares.
— Eu vi na matéria que um ministro estava incomodado. Se um ministro estivesse incomodado, ele deveria ter me procurado e pedido para sair. Eu autorizaria ele a sair de lá — disse Lula.
Janja aproveitou o discurso no Ministério dos Direitos Humanos para pedir um esforço para aprovar a regulamentação das redes sociais no Congresso Nacional, afirmando que o tema não deve ser tratado como uma “fofoca de bastidor”:
— A gente precisa que as mães se unam numa voz forte que seja ouvida no Congresso Nacional para que efetivamente a regulamentação das plataformas aconteça, e que a gente não viva mais casos como o de vivenciar uma menina de oito anos morrer porque cheirou desodorante gente. Então a gente precisa tratar isso de uma forma um pouco mais séria e não como fofoca de bastidor.
Por Paraíba Master com informaçõe do Jornal O Globo.