China trava exportações e acende alerta nos EUA: disputa por minerais raros esquenta guerra comercial

A já tensa disputa comercial entre Estados Unidos e China acaba de ganhar um novo capítulo, desta vez envolvendo os chamados minerais de terras raras, essenciais para a indústria tecnológica e militar. A medida do governo chinês, que agora exige licenças especiais para a exportação de 12 tipos desses elementos, provocou reações imediatas do presidente norte-americano Donald Trump, que classificou a decisão como “hostil” e prometeu novas retaliações econômicas.
Segundo informações do portal R7, o controle chinês sobre as terras raras não é apenas estratégico — é dominante. A China responde por 61% da extração global e cerca de 90% do processamento mundial, o que torna outras economias altamente dependentes de Pequim, mesmo aquelas que possuem jazidas, como os próprios EUA. O problema norte-americano está na incapacidade de processar alguns dos elementos pesados localmente, sendo necessário enviar os materiais extraídos para refinamento em território chinês.
Em entrevista à CNN, Gracelin Baskaran, diretora do Programa de Segurança de Minerais Críticos, explicou que a separação entre terras raras leves e pesadas ainda representa um gargalo para os americanos, o que os mantém vulneráveis à pressão externa. O presidente Trump reagiu de forma contundente, afirmando que “para cada elemento que eles [China] conseguiram monopolizar, nós temos dois”, numa tentativa de minimizar o impacto geopolítico da medida chinesa.
A restrição afeta diretamente setores de ponta da indústria americana, como aeronáutica militar, tecnologia, energia renovável e equipamentos médicos, já que os minerais estão presentes em itens como caças, submarinos, mísseis, celulares e turbinas eólicas. O cenário, portanto, amplia a tensão entre as duas potências, num momento em que os interesses tecnológicos e estratégicos têm superado as fronteiras comerciais tradicionais.
A escalada pode gerar impactos globais e reconfigurar cadeias de produção em diversos setores. Com o novo movimento de Pequim, os Estados Unidos precisarão acelerar soluções internas para reduzir a dependência chinesa — algo que, até o momento, se mostra tecnicamente e logisticamente desafiador.
Por Paraíba Master