Brasil busca captar US$ 10 bilhões para o Fundo Tropical das Florestas até 2026, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira (3), em São Paulo, que o Brasil estabeleceu como meta captar US$ 10 bilhões em investimentos públicos internacionais para o Fundo Tropical das Florestas (Tropical Forests Finance Facility – TFFF). O mecanismo tem como objetivo remunerar financeiramente países que preservam suas florestas tropicais, com recursos provenientes de um fundo global. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com o ministro, a meta deverá ser alcançada até o final de 2026, ainda durante a presidência brasileira da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP). O valor inicial será destinado por governos, mas poderá crescer com a entrada de fundações, fundos privados e empresas.
“Se a gente terminar o primeiro ano com US$ 10 bilhões de recursos públicos, seria um grande feito”, afirmou Haddad, após participar do COP30 Business & Finance Forum, promovido pela Bloomberg Philanthropies, na capital paulista.
O ministro explicou que a adesão de alguns países do G20 já seria suficiente para dar início ao processo de remuneração dos países que mantêm florestas tropicais — especialmente os mais endividados, que enfrentam dificuldades financeiras para preservar seus ecossistemas.
“O TFFF viria em suporte dessa iniciativa. É uma proposta ambiciosa, mas possível. Eu acredito que nós vamos chegar lá”, completou.
Fundo global e sustentabilidade
A meta final do governo é que o fundo alcance US$ 125 bilhões, sendo 20% provenientes de países soberanos (US$ 25 bilhões) e 80% de capital privado (US$ 100 bilhões).
Haddad afirmou estar otimista com o avanço da proposta:
“Das ideias originais que surgiram nos últimos anos, o TFF é o que está mais pronto para dar certo. Há outras, como a coalizão do mercado de carbono, mas que exigem muita engenharia para sair do papel”, avaliou.
Preparativos para a COP30
Durante as reuniões com investidores e financiadores, o ministro disse ter percebido sinais concretos de apoio à proposta e disposição para acelerar os debates climáticos até a COP30, que será realizada em 2025, em Belém (PA).
“Pelo que eu ouvi hoje, há uma disposição maior para colocar esse trem para andar mais rápido. Eu acredito que nós vamos ter uma grande COP. Já temos alguns países sinalizando anúncios durante o evento”, afirmou.
Haddad destacou ainda o protagonismo brasileiro no cenário internacional:
“O Brasil vem liderando o debate sobre sustentabilidade, tanto na COP quanto no G20. Pela primeira vez, temos um grupo de ministros de finanças participando da COP e entregando um relatório. Isso é fruto do trabalho desenvolvido no G20”, concluiu o ministro.
Por Paraíba Master
