Argentina recebe US$ 40 bilhões dos EUA em plano de emergência para salvar economia

A Argentina oficializou nesta segunda-feira (20) uma linha de financiamento de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 108,7 bilhões) junto aos Estados Unidos, parte de um acordo de swap cambial para reforçar reservas internacionais e tentar estabilizar a moeda local, fortemente desvalorizada. Segundo informações do Portal G1, o socorro financeiro totaliza US$ 40 bilhões, incluindo recursos públicos e privados, condicionados a um bom desempenho do governo Milei nas eleições legislativas marcadas para 26 de outubro.
De acordo com o Banco Central da Argentina, o objetivo é fortalecer a estabilidade macroeconômica, controlando a inflação e promovendo crescimento sustentável. O swap cambial permite à Argentina aumentar suas reservas em dólar temporariamente, sem recorrer a empréstimos tradicionais, sendo essencial para um país cuja economia depende fortemente da moeda americana, utilizada até em transações do dia a dia, como imóveis e serviços.
O anúncio ocorre em meio a uma grave crise econômica, marcada por inflação ainda elevada, fuga de capitais, alta informalidade (43,2% da população ativa) e escassez de dólares. Apesar de a inflação ter caído de 211,4% em 2023 para 117,8% em 2024, os argentinos seguem enfrentando custos de vida elevados, queda no poder de compra e paralisação de investimentos estrangeiros. O desemprego oficial está em 7,6%, mas convive com alta informalidade e desaceleração industrial.
O presidente americano Donald Trump justificou a ajuda: “Eles não têm dinheiro (…), estão lutando para sobreviver”, enquanto o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, confirmou que a Casa Branca está comprometida em fornecer amplo apoio à Argentina, incluindo a linha de swap. O plano surge após reuniões entre autoridades financeiras de ambos os países em Washington na semana passada.
Analistas apontam que o desafio do governo de Javier Milei será usar esses recursos de forma a restaurar a confiança no país e controlar a instabilidade cambial, especialmente em um momento crítico com as eleições legislativas se aproximando. O acordo com os EUA pode representar um fôlego necessário para enfrentar a crise e preparar o país para retomada do crescimento, mas o caminho ainda é incerto e depende de ajustes econômicos profundos.
Por Paraíba Master