Alexandre de Moraes vai ao Rio após operação com 121 mortos; secretário de segurança diz não ter “nada a esconder”

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deve ir ao Rio de Janeiro na próxima semana para uma audiência sobre a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que terminou com 121 mortos, entre eles quatro policiais. A informação foi confirmada pelo secretário de segurança do estado, Victor Santos, nesta quinta-feira (30).
Durante entrevista coletiva, o secretário destacou que a visita do ministro tem como objetivo buscar esclarecimentos sobre a operação, considerada uma das mais letais da história recente do estado. “Não temos nada a temer, nada a esconder. O ministro vem conhecer de perto o que as forças policiais enfrentam diariamente”, afirmou Santos, após reunião com deputados federais no Rio.
Segundo informações do Portal G1, o secretário negou que tenha ocorrido “vazamento qualificado” da operação, descartando que notícias sobre a movimentação policial tenham prejudicado a ação. “É fake news. Não houve vazamento. O crime pode ter se mobilizado, mas não por falha nossa”, afirmou. A operação teve como alvo integrantes do Comando Vermelho, e o governo do estado sustenta que todos os mortos, exceto os policiais, eram criminosos.
Santos também comentou sobre o novo plano de segurança, reforçando que o estado não fará ocupação de comunidades, mas sim retomadas de territórios dominados pelo crime organizado, conforme previsto pela ADPF 635, decisão do STF que regula operações policiais no Rio. A primeira região escolhida para essa retomada será Jacarepaguá, área onde há presença de milícia, Comando Vermelho e TCP.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que o governador Cláudio Castro preste informações detalhadas sobre a operação, incluindo número de agentes, mortos e feridos, além de procedimentos adotados para garantir o respeito aos direitos humanos e o uso de câmeras corporais. A medida atende a pedidos de entidades de direitos humanos e partidos políticos, que pedem transparência e responsabilização diante do alto número de mortes.
Por Paraíba Master