Afya Paraíba alerta para os riscos do metanol em bebidas adulteradas

O Brasil tem 259 casos suspeitos de intoxicação por metanol, segundo dados atualizados do Ministério da Saúde. O aumento dos casos está relacionado ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, muitas vezes produzidas de forma clandestina e vendidas sem controle sanitário. Cinco mortes foram confirmadas, todas em São Paulo. Outros 11 casos estão em investigação (seis em São Paulo, uma em Mato Grosso do Sul, três em Pernambuco e uma na Paraíba).
Diante desse cenário, o médico e professor da Afya Paraíba, Pablo Rodrigues, faz um alerta sobre os riscos do metanol e reforça a importância de buscar atendimento médico imediato ao menor sinal de intoxicação.
“O metanol é um álcool altamente tóxico, usado na indústria como solvente, combustível ou em produtos de limpeza. Ele não é próprio para consumo humano e, quando ingerido, é rapidamente absorvido pelo organismo, provocando uma reação química que gera compostos extremamente nocivos, como o formaldeído e o ácido fórmico”, explica o especialista.
Os sintomas iniciais da intoxicação podem se confundir com os de uma embriaguez comum, o que dificulta o diagnóstico precoce. “Logo após a ingestão, a pessoa pode sentir tontura, náusea, dor de cabeça e visão turva. Em poucas horas, surgem sinais mais graves, como dificuldade para respirar, confusão mental, convulsões e até perda total da visão”, detalha Pablo Rodrigues.
Segundo o médico, mesmo pequenas doses de metanol podem ser fatais. “Apenas 10 mililitros já podem causar cegueira, e cerca de 30 mililitros — o equivalente a duas colheres de sopa — podem levar à morte. É uma substância extremamente perigosa, e o problema é que o sabor e o cheiro são muito parecidos com o do etanol, presente nas bebidas comuns”, alerta.
O diagnóstico da intoxicação é feito por meio de exames laboratoriais específicos, e a rapidez no atendimento é essencial para o sucesso do tratamento. “O tratamento deve ser iniciado o quanto antes, com o uso de antídotos e suporte hospitalar intensivo. Quanto mais cedo a pessoa procurar ajuda, maiores são as chances de sobrevivência e recuperação”, orienta o médico.
Por fim, o professor da Afya Paraíba deixa um alerta direto à população:“Nenhum tipo de economia justifica o risco de perder a visão, a saúde ou a vida. Diante de qualquer suspeita, procure imediatamente um hospital. O metanol é silencioso, rápido e letal.”
Paraíba Master com informações da Assessoria