Fome recua no Brasil e 2 milhões de pessoas deixam a insegurança alimentar em um ano, aponta IBGE

O número de brasileiros que vivem em lares com insegurança alimentar grave, ou seja, em situação de fome diária, caiu 23,5% em 2024, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Em apenas um ano, cerca de dois milhões de pessoas deixaram a fome, reduzindo o total de 8,47 milhões, em 2023, para 6,48 milhões em 2024.
De acordo com informações do Portal G1, o levantamento mostra também queda nos casos de insegurança alimentar moderada, quando há redução na quantidade e qualidade dos alimentos entre os adultos. Ao todo, 9,7 milhões de pessoas estavam nessa condição em 2024, número inferior ao registrado no ano anterior. Apesar da melhora, quase um em cada quatro lares brasileiros ainda enfrenta algum grau de insegurança alimentar, o que representa 18,9 milhões de famílias.
Os dados revelam forte desigualdade regional, com os maiores índices de insegurança no Norte (37,7%) e Nordeste (34,8%). Já o Sul e o Sudeste apresentam os menores percentuais, mostrando avanços mais significativos. A pesquisa também aponta que a fome é mais presente em áreas rurais e em lares chefiados por mulheres e pessoas negras ou pardas, além de estar diretamente ligada à baixa renda e menor nível de escolaridade.
Segundo o IBGE, a melhora nos indicadores reflete o impacto de políticas públicas de combate à fome e programas sociais, que ampliaram o acesso à alimentação e à renda. O resultado nacional acompanha uma tendência já destacada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que retirou o Brasil do Mapa da Fome em 2024, após registrar menos de 2,5% da população em risco de subnutrição.
O relatório da FAO, agência da ONU para alimentação e agricultura, reforça que o país vive um momento de recuperação social após o aumento da fome em anos anteriores. Ainda assim, o desafio permanece: garantir que todos os brasileiros tenham acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, consolidando o direito básico à segurança alimentar.
Por Paraíba Master