Guerra comercial entre EUA e China abre caminho para soja brasileira dominar mercado asiático

A tensão comercial entre Estados Unidos e China provocou uma mudança significativa no comércio agrícola internacional, e o Brasil saiu ganhando. De acordo com levantamento da Federação Americana de Escritórios Agrícolas, a China reduziu drasticamente as importações de soja norte-americana e passou a priorizar o grão brasileiro, que se consolidou como principal fornecedor ao país asiático.
Segundo a reportagem da Agência Brasil, entre janeiro e agosto de 2025, a China importou apenas 5,8 milhões de toneladas de soja dos EUA, uma queda de quase 80% em relação ao mesmo período do ano anterior. No mesmo intervalo, o Brasil exportou mais de 77 milhões de toneladas da commodity para o mercado chinês, aproveitando o espaço deixado pelos norte-americanos.
O estudo aponta que a retração nas compras americanas não é um movimento isolado, mas reflexo de uma estratégia de longo prazo da China para reduzir a dependência do setor agrícola dos Estados Unidos — política iniciada ainda em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump.
Além da soja, as exportações americanas de milho, trigo, sorgo, carne suína e algodão também caíram drasticamente. Com o cenário desfavorável, o governo Trump já prepara um novo pacote de ajuda financeira aos produtores rurais, semelhante ao concedido na primeira guerra comercial, em 2019.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor agrícola norte-americano, o Brasil amplia sua presença global como grande fornecedor de alimentos, consolidando-se, mais uma vez, como protagonista do agronegócio internacional.
Por Paraíba Master