Pressão popular amplia resistência à PEC da Blindagem no Senado

As manifestações realizadas neste domingo (21) em diversas capitais do país aumentaram a pressão sobre o Senado Federal contra a chamada PEC da Blindagem e o Projeto de Lei da Anistia. Embora não tenham mobilizado milhões, os atos demonstraram força expressiva, principalmente entre grupos de esquerda e centro-esquerda, que voltaram a ocupar as ruas após um período de menor mobilização.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, milhares de manifestantes se reuniram para protestar contra a proposta, que já foi aprovada na Câmara dos Deputados. A reação popular — registrada também em outras cidades — parece ter surtido efeito entre senadores, muitos dos quais já se mostravam contrários à PEC.
Levantamento recente feito pela Quaest em redes sociais indica que 83% das menções à proposta têm teor negativo, reforçando o desgaste da matéria junto à opinião pública. A ampla rejeição digital ecoa entre parlamentares, que começam a sinalizar maior resistência à tramitação no Senado.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Otto Alencar (PSD-BA), e o relator designado para o tema, Alessandro Vieira (MDB-SE), já se posicionaram contra a proposta. Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a matéria seguirá os trâmites normais, sem prioridade na pauta.
Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição, a PEC ainda precisa ser votada em dois turnos no Senado. Vale lembrar que, na Câmara, o apoio à medida sofreu queda entre as duas rodadas de votação, e alguns deputados chegaram a declarar arrependimento após o segundo turno, alegando terem sofrido pressão política.
Com a combinação de protestos nas ruas e rejeição nas redes, o caminho da PEC da Blindagem no Senado promete ser turbulento.
Por Paraíba Master