Trabalhadores dos Correios realizam novo ato em João Pessoa contra sucateamento e por reestruturação da estatal
Funcionários dos Correios na Paraíba, com apoio de movimentos sociais e sindicais, realizarão um novo protesto nesta terça-feira (16), no Centro Operacional dos Correios (COA), localizado no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa. O ato visa denunciar o que classificam como o colapso da estatal, causado pela falta de investimentos, redução no quadro de funcionários e ameaças de privatização.
Conforme o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos da Paraíba (SINTECT-PB), Tony Sérgio Cavalcante, a situação da empresa é crítica. Ele alerta para um processo contínuo de desmonte da estrutura dos Correios, que tem resultado em precarização dos serviços e sobrecarga dos trabalhadores.
“Estamos lidando com uma redução drástica no número de servidores. Só na Paraíba, o efetivo caiu de 1.590 para 1.180 funcionários nos últimos anos, o que representa uma queda de 35%”, destacou o sindicalista. Segundo ele, a queda no efetivo, aliada à falta de reposição de pessoal, tem comprometido a qualidade do atendimento em várias regiões do estado.
Além da pauta salarial da categoria, que está em negociação desde junho, os trabalhadores denunciam a ausência de medidas concretas por parte da direção da empresa e do governo federal para enfrentar os problemas estruturais da estatal. “O reajuste de 14% para a presidência dos Correios foi aprovado. Mas até agora, nada foi feito para os trabalhadores da base, que mantêm o funcionamento da empresa diariamente”, criticou Cavalcante.
O sindicalista também cobrou o chamamento dos aprovados no último concurso público realizado pela empresa, que, segundo ele, segue sem qualquer convocação até o momento. “Foi prometido o ingresso de novos servidores por meio do concurso, mas não há nenhum chamado até agora. O ato público também serve para cobrar esse compromisso.”
Para Cavalcante, a proposta de privatização dos Correios ignora o papel estratégico da estatal no país. “Os Correios estão presentes em milhares de municípios onde nenhuma empresa privada tem interesse em atuar. Somos a única empresa de logística com capilaridade nacional e função social. Se fosse por lucro, essas regiões já estariam desassistidas.”
Ele também criticou a retirada de recursos da empresa. “Foram transferidos R$ 6 bilhões dos Correios com repasses de 25%. Reivindicamos que esse valor seja revertido em investimentos, tecnologia e capacitação dos servidores.”
O protesto desta terça-feira é parte de uma série de mobilizações organizadas pelo SINTECT-PB em defesa do fortalecimento dos Correios como empresa pública e pela valorização dos trabalhadores do setor.
Por Paraíba Master
