Moraes diz que Bolsonaro e Eduardo comemoraram “agressão estrangeira” e instigaram atos hostis dos EUA

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), comemoraram uma “gravíssima agressão estrangeira” ao Brasil e incitaram os Estados Unidos a adotarem novas medidas hostis contra o país. As declarações constam na decisão que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) realizada nesta sexta-feira (18/7).
“Lamentavelmente, o investigado Eduardo Nantes Bolsonaro e o réu Jair Messias Bolsonaro comemoraram a gravíssima agressão estrangeira ao Brasil, manifestando-se favoravelmente às ‘sanções/taxações’ e instigando o governo norte-americano a tomar novas medidas e atos hostis contra o Brasil, inclusive para submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado, com clara afronta à soberania nacional”, escreveu Moraes.
O trecho faz referência às manifestações públicas, incluindo declarações à imprensa e postagens em redes sociais, nas quais pai e filho demonstraram apoio às tarifas de 50% anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump contra o Brasil. As medidas norte-americanas devem entrar em vigor a partir de 1º de agosto.
A operação da PF foi autorizada após pedido da própria corporação e teve aval também da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com o Metrópoles, além da busca e apreensão, Moraes determinou medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, proibição de uso das redes sociais e de contato com outros investigados, incluindo Eduardo Bolsonaro.
Segundo Moraes, os atos do ex-presidente e de seu filho configuram “claros e expressos atos executórios” e “flagrantes confissões de práticas criminosas”, especialmente no que se refere aos crimes de coação, obstrução de investigação e atentado à soberania nacional.
Por Paraíba Master